Talvez você até tenha estrias – ou sua namorada ou mulher. Ou aquele cara da academia que emagreceu visivelmente ou ganhou massa bem rápido. Elas são aquelas linhas avermelhadas, arroxeadas ou esbranquiçadas que surgem quando a pele “esgarça” por esticar demais. Se você planeja fazer uma dieta de perda de peso a sério der peso ou ganhar massa muscular, cuidado com elas!
De fato, é um problema que atinge muito mais as mulheres (que representam 80% dos casos), mas a gente não é imune. Estrias são comuns em atletas, marombeiros ou qualquer pessoa que tenha emagrecido, engordado ou ganhado massa muscular rápido demais para a pele conseguir se adaptar à mudança.
“As estrias são rupturas das fibras de colágeno e elastina que dão elasticidade e sustentação à pele”, explica o dermatologista Jardis Volpe, de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Quando há esse rompimento, o sangue extravasa e inunda as fibras, deixando-as com aspecto arroxeado ou rosado. Depois, há uma substituição por um tecido fibroso, com aspecto de cicatriz: são as estrias brancas”, completa a tecnóloga em estética Isabel Luiza Piatti, diretora da Buona Vita Cosméticos.
Uma vez que as estrias se instalaram, difícil fazê-las desaparecer completamente. O tratamento mais eficaz geralmente é feito em dermatologistas e clínicas de estética, utilizando técnicas como laser, radiofrequência e microagulhamento, complementadas em casa com uso de cremes.
Nos homens, as áreas mais afetadas são abdômen, peito, glúteos, costas, ombros e coxas. O chamado efeito “sanfona (ganho e perda de peso) favorece o surgimento das estrias. “Mesmo uma pessoa magra que brigue com a balança, perca e ganhe 2 ou 3 kg pode desenvolver estrias”, diz Jardis Volpe.
Evite ao máximo, portanto, perda ou ganho de peso muito rápido. Tanto faz se você quer queimar gordura ou ganhar músculos: a chave para evitar estrias é fazer tudo gradualmente ou corre-se o risco de “esgarçar” a pele. “Quanto mais jovem a pessoa, maior sua suscetibilidade a ter estrias, por causa do crescimento”, afirma o dermatologista Abdo Salomão Jr., também membro da SBD.
Para quem treina hipertrofia, o dermatologista recomenda que o programa respeite um período de tempo determinado para a construção muscular, sem excessos. “É preciso também manter uma alimentação adequada, sem excesso de açúcar, gordura saturada e sal, ingerir bastante proteína e beber muita água”, diz Abdo.
O uso de cremes específicos pode prevenir o aparecimento de novas estrias e tornar menos visíveis as já existentes. São indicados produtos com ácidos, como o retinóico, glicólico e o hialurônico, e vitaminas A e E. Mas quando feito em casa, por conta própria e sem acompanhamento médico, o tratamento costuma dar resultados limitados (ou nem funcionar), já que a maior parte dos cremes não consegue chegar às camadas profundas da pele. E muitos prometem o que não cumprem. Para não perder tempo e dinheiro, o ideal é consultar um dermatologista antes de usar um produto por conta própria.
“Para prevenir a formação de estrias, é interessante aplicar hidratantes corporais, que melhoram a elasticidade da pele”, diz Abdo Salomão. O ideal é tornar a hidratação um hábito diário – não adianta muito fazer uma ou duas vezes por semana.
Fazer esfoliação regularmente também pode ajudar a melhorar a aparência das marcas, pois o esfoliante remove as células mortas da pele, estimulando o crescimento de novas.
Nas clínicas há várias opções para diminuir as estrias, como os diversos tipos de laser e o microagulhamento. “As agulhas ultrapassam a camada superficial da pele, emitindo ondas eletromagnéticas apenas nas camadas mais profundas. A temperatura da derme chega a 70oC, estimulando a produção de colágeno e refazendo as fibras rompidas”, afirma Abdo Salomão.
“O procedimento pode ser feito conjuntamente com radiofrequência – corrente que coagula os vasos durante o processo – e o drug delivery, a distribuição de substâncias cicatrizantes após a perfuração das microagulhas”, complementa a dermatologista Claudia Marçal, membro da SBD e da Academia Americana de Dermatologia. Segundo a médica, as sessões têm intervalo de quatro a oito semanas; o número depende do tamanho e da profundidade das estrias.
Um toque final: evite ao máximo tomar sol nas regiões das estrias: elas resistem ao bronzeamento e podem até ficar mais escuras devido ao excesso de exposição ao sol. Use sempre filtro solar de FPS 30, no mínimo, e que proteja tanto dos raios UVB quanto dos UVA.
Nossas dicas deram uma luz para você começar a pensar em se livrar das estrias? Ah, você não tem! Então mostre este texto para aquele seu amigo que ficou sarado ou magrinho muito rápido.
Créditos: homemnoespelho.com.br
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